Aissam Dam, um menino de 11 anos, nascido surdo, passou a ouvir após receber terapia genética pioneira nos Estados Unidos. Diagnosticado com uma forma rara de surdez congênita, causada por uma mutação no gene otoferlina, Aissam tornou-se o primeiro paciente a receber esse tipo de tratamento nos EUA. Ele cresceu em um mundo de silêncio profundo, desenvolvendo uma linguagem gestual inventada para se comunicar, sem acesso à educação formal.
No Hospital Infantil da Filadélfia, Aissam foi submetido ao tratamento em outubro de 2023. Os resultados foram surpreendentes, proporcionando-lhe a capacidade de ouvir pela primeira vez na vida. Seu caso representa um avanço na pesquisa médica, abrindo portas para tratamentos semelhantes em outras formas de surdez congênita. A terapia genética visou substituir o gene mutado nas orelhas de Aissam por um gene funcional, restaurando sua capacidade auditiva.
De acordo com Dr. John A. Germiller, há uma vantagem em usar terapia genética para permitir que crianças ouçam. A maioria das mutações que afetam a audição – são aproximadamente 150 – não afeta nenhuma outra parte do corpo. Alguns genes são realmente exclusivos do ouvido.
Embora ainda haja desafios e estudos em andamento, os resultados positivos de Aissam demonstram o potencial promissor dessa abordagem para restaurar a audição em pacientes com mutações genéticas específicas. Os pesquisadores reconhecem a complexidade do tratamento e a necessidade de mais estudos para avaliar sua eficácia e segurança em uma escala maior.